História, Comunicação e Consumo

Descrição

História, Comunicação e Consumo é um grupo de pesquisa cujos membros têm como objeto de estudo comum a pesquisa das relações entre as políticas de visibilidade e os imaginários de consumo através de suas estruturações narrativas, estéticas e retóricas sob uma perspectiva histórica. Assim, o objetivo do presente grupo de pesquisa é esquematizar aspectos de uma história das visualidades do consumo em diferentes produtos midiáticos a partir do mapeamento de elementos estéticos utilizados em cada época histórica. A partir de uma metodologia que combina a análise retórica e narrativa dos elementos de composição (tanto imagéticos quanto textuais) mais comumente utilizados em cada tempo histórico em diferentes produtos midiáticos, bem como a mudança que tais elementos sofreram ao longo do tempo, o objetivo do presente grupo de pesquisa é investigar como certas estilísticas mediaram determinados imaginários de consumo em diferentes períodos, ligados a campos discursivos relacionados a projetos de felicidade, de futuro e de bem viver. Nesse sentido, o grupo abarca trabalhos relacionados ao estudo histórico das estratégias narrativas e retóricas, das técnicas de composição, da construção discursiva dos lugares do consumidor e da hibridização das linguagens. Tal proposta metodológica se insere em um campo de pesquisa mais amplo chamado por Bordwell de história estilística. Essa abordagem enfatiza a noção de que a aparência das produções midiáticas tem uma história e que tal história pede análise e explicação. Nesse grupo de pesquisa, a análise será voltada aos modos a partir dos quais a história dos estilos mediou a história sobre os imaginários de consumo, ao engendrar visibilidades específicas.

Ementa

Investigação dos processos históricos das mediações do consumo pela comunicação; história dos imaginários de consumo a partir do mapeamento da história dos estilos; proposição de metodologias para o estudo histórico das relações entre comunicação e consumo; estudo das diferentes estratégias retóricas e narrativas ligadas ao consumo nos produtos midiáticos; delimitação das diferentes estratégias estilísticas de composição ligadas aos imaginários de consumo; análise discursiva dos imaginários de consumo em diferentes produtos midiáticos; análise das continuidades e rupturas discursivas do consumo ao longo do tempo.

Objetivos

  • – Estudar as relações entre comunicação e consumo a partir de uma perspectiva histórica;
  • – Estudar, problematizar e propor metodologias de análise histórica das relações entre comunicação e consumo a partir da ótica de suas mediações estéticas e ligadas ao imaginário de cada período;
  • – Analisar as mudanças nas relações discursivas ligadas aos processos de consumo em diferentes produtos midiáticos ao longo do tempo;
  • – Estabelecer as modificações e as continuidades estilísticas em produções midiáticas distintas e o modo como estas se relacionam aos imaginários de consumo.

Linhas de pesquisa

1 – Histórias das Linguagens e Códigos dos imaginários de consumo

Esta linha de pesquisa se propõe a estudar as diferentes partilhas do sensível operacionalizadas nos imaginários de consumo a partir da demarcação das técnicas composicionais, retóricas e narrativas mais comumente utilizadas em diferentes épocas históricas e produções midiáticas e suas implicações estéticas para a articulação de uma história dos imaginários de consumo.

2 – Histórias das Teorias, Meios e Processos dos imaginários de consumo

A presente linha de pesquisa visa investigar as diferentes linhas teóricas que articulam os meios e os processos midiáticos aos imaginários de consumo, bem como propor articulações metodológicas para a investigação da história dos imaginários de consumo nas produções midiáticas e seus processos.

Histórico: 

O grupo de pesquisa “História, Comunicação e Consumo” cadastrado no CNPq existe desde o início de 2016. Ele tem como objetivo discutir as visualidades do consumo e o modo como elas foram rearticuladas ao longo do tempo, com foco nas estratégias de construção do consumidor imaginado. Trata-se de um grupo de pesquisa cujos membros têm como objeto de estudo comum a pesquisa das relações entre as políticas de visibilidade e os imaginários de consumo através de suas estruturações narrativas, estéticas e retóricas sob uma perspectiva histórica. Assim, o objetivo do presente grupo de pesquisa é esquematizar aspectos de uma história das visualidades do consumo em diferentes produtos midiáticos a partir do mapeamento de elementos estéticos utilizados em cada época. A partir de metodologias que combinam elementos de análise retórica e narrativa dos elementos de composição (tanto imagéticos quanto textuais) mais comumente utilizados em cada tempo histórico em diferentes produtos midiáticos, bem como a mudança que tais elementos sofreram ao longo do tempo, o objetivo do presente grupo de pesquisa é investigar como certas estilísticas mediaram determinados imaginários de consumo em diferentes períodos, ligados a campos discursivos relacionados a projetos de felicidade, de futuro e de bem viver.

Um dos pressupostos comuns que norteia os trabalhos do grupo considera que o mapeamento das formas de composição dos produtos de mídia ao longo da história é uma porta de acesso privilegiada para a demarcação de como as relações entre a esfera da produção e a esfera do consumo se estabeleceram e se materializaram discursivamente ao longo do tempo. Tal aproximação se torna ainda mais interessante se essas estratégias para a construção discursiva do consumidor imaginado forem buscadas não nos lugares tradicionais onde elas se articulam (na publicidade em geral, por exemplo), mas sim, onde elas se deixam ver menos, nos lugares não destinados tradicionalmente a elas (muito embora estejam ali desde sempre presentes) como a imprensa, os quadrinhos, as fotografias, os materiais educativos, os vídeos políticos etc.

A partir desses pressupostos, são organizados estudos e leituras de autores que trabalhem com a temática da historicidade das imagens para o consumo e sua materialização em estratégias discursivas.

A cada ciclo de dois anos, o grupo organiza um projeto de pesquisa coletivo, que consiste na eleição de um objeto teórico comum, na costura de uma metodologia unificada e na aplicação desses pressupostos nos objetos empíricos de cada membro do grupo. Cada pesquisador elabora um artigo a partir das discussões feitas em conjunto pelo grupo, aplicadas a seus objetos de pesquisa específicos e, no final do processo, os artigos compõem um livro que é disponibilizado em plataforma digital.

Entre 2016 e 2017, o grupo dedicou-se a estudar a seguinte pergunta: “Como se constrói historicamente o lugar discursivo do consumidor imaginado nas práticas midiáticas?”. Ou, em outros termos, quais são as regras que estão pressupostas nas apostas que são feitas para essa constituição? Quais são as estratégias lançadas? Como é possível perceber o modo como a produção esboça o consumidor de mídia mesmo quando ele não está explicitamente anunciado nas produções em diferentes períodos históricos? Como fruto dos trabalhos e debates do grupo, foi elaborada uma metodologia comum que combina diferentes procedimentos teórico-metodológicos do campo da comunicação para abordar a questão. A aplicação dessa metodologia nos objetos empíricos específicos resultou na publicação do livro O consumidor imaginado: construções discursivas do público-alvo nas práticas midiáticas, que pode ser baixado gratuitamente pelo site da Amazon (no endereço https://www.amazon.com/dp/B071J5V25J). Nesse livro, é possível consultar de forma mais detalhada as discussões feitas pelo grupo ao longo desse período.

Já em 2018-2019, o objeto teórico escolhido foi outro. Nesse período, o grupo estudou a seguinte questão: Como as relações de poder se manifestam na imagem? E, a partir disso, como tais materialidades convocam os sujeitos ao consumo?

Trata-se, obviamente, de uma preocupação que se articula pelo viés da linguagem posto que a autoridade é construída no pelo discurso, de forma que os diversos produtos midiáticos “devem operacionalizar determinadas habilidades ‘inscritivas’ segundo as quais um autor se autoriza: dá a ver, a si e ao público, os sinais de sua validação” para produzir, legitimamente, um enunciado” (DUCCINI, 2011, p. 189). Um posicionamento de saber sobre o mundo, portanto, “responde pela materialização de estratégias discursivas que explicitem a exacerbação da condição interlocutória” que “fazem emergir, de través, as disposições de autoridade e de autorização necessárias à sedimentação do autor” (DUCCINI, 2011, p. 191). É pelo viés das estratégias de linguagem, portanto, que o poder será buscado na imagem. Afinal, tal como colocado por Fairclough (2008), é necessário considerar a natureza discursiva do poder, a natureza política do discurso e a natureza discursiva da mudança social – aplicando-se esses pressupostos inclusive para o estudo das imagens.

O estudo resultou na publicação do livro “Como as relações de poder se manifestam na imagem? Visibilidade e consumo nas práticas midiáticas”. 1, que pode ser baixado gratuitamente pelo site da Amazon (no endereço https://www.amazon.com.br/COMO-RELA%C3%87%C3%95ES-PODER-MANIFESTAM-IMAGEM-ebook/dp/B07LFJB5MT).

Em 2020-2021, as discussões do grupo estão articuladas em torno dos afetos, com o projeto de pesquisa “Por uma história cultural dos afetos de consumo”.

Membros:

2.1. Pesquisadores:

2.2 Participantes atuais internos:

2.3 Egressos e participantes externos:

Produções:

As discussões realizadas nas reuniões do Grupo de Pesquisa resultaram na publicação do livro O consumidor imaginado: construções discursivas do público-alvo nas práticas midiáticas, que pode ser baixado gratuitamente pelo site da Amazon:

CASADEI, Eliza Bachega. (Org.). O consumidor imaginado: construções discursivas do público-alvo nas práticas midiáticas. São Paulo: História, Comunicação e Consumo (Amazon.com, Independently published), 2017, v. 1, p. 5-22. Disponível em https://www.amazon.com/dp/B071J5V25J.

Além do livro, os seguintes artigos publicados também estão vinculados às discussões feitas no âmbito do grupo de pesquisa:

  • CASADEI, E.B. “As relações de poder nas imagens jornalísticas: metodologias híbridas para um campo em disputa”. Anais do 16º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo, São Paulo: FIAM-FAAM, 2018.
  • CASADEI, E. B.; SILVA, M.D.J. “Objetos da violência: as formas do pathos nas composições de Yael Martinez, Glenna Gordon e Eugênio Grosso”. Comunicação e Sociedade, v. 31, p. 183-211, 2017.

Disponível em http://revistacomsoc.pt/index.php/comsoc/article/view/2612/2521

RESUMO: O objetivo do presente artigo é estudar a obra artística dos fotógrafos Yael Martínez, Glenna Gordon e Eugenio Grosso. Em comum, suas fotografias tematizam a violência a partir da representação de objetos de consumo que evocam a relação de extensão entre o sujeito e seus pertences pessoais justamente como forma de problematizar a iconologia mesma desses objetos, que são convertidos para outras significações. A partir do estudo das estratégias de composição desses fotógrafos, iremos analisar as formas de pathos evocadas por eles através da montagem de imagens anacrônicas e dialéticas, em imagens que articulam o referencial ao esvaziamento da iconografia como ato político e memorialístico.

  • CASADEI, E. B. “Abordagens metodológicas híbridas para o mapeamento do consumidor discursivo nas práticas midiáticas”. Questões Transversais, v. 4, p. 78-86, 2016.

Disponível em http://revistas.unisinos.br/index.php/questoes/article/view/14073/PDF

RESUMO: O objetivo do presente artigo é apresentar uma proposta metodológica híbrida para pesquisas que tenham como objetivo analisar como é construído um lugar discursivo para o consumidor nas práticas midiáticas a partir do mapeamento das estratégias utilizadas na esfera da produção. Ela pressupõe a articulação de quatro pontos de vista diferentes: a dos campos de saber (que delineia as formações discursivas presentes no desenho do lugar do consumidor no discurso), a da narrativa (que analisa os modos como o consumidor se torna um actante do relato), a da retórica (que analisa as mobilizações do ethos e do pathos do discurso) e a estilística (o modo como isso se materializa em técnicas de composição específicas).

Além disso, estamos preparando um livro para publicação no primeiro semestre de 2019 intitulado “Como as relações de poder se manifestam na imagem: visibilidades e consumo”, que também será disponibilizado gratuitamente no site da Amazon.

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