Café Girondino e Coffee Lab: o que eles têm em comum?

Café todo mundo pode tomar em casa, na garrafa térmica do trabalho e até no boteco. Mas convidar alguém para ir a um Café é algo totalmente diferente. E se esse Café com C maiúsculo for o Café Girondino ou o Coffee Lab, temos ainda outros significados. O Café Girondino fico centro da cidade de São Paulo, de frente para o Mosteiro de São Bento. Ele é homônimo de um café que existia na Praça da Sé no século XIX e, embora, sua ambiência não seja uma reprodução do Girondino original, ele foi construído para ter um visual de época. Já o Coffee Lab seria o seu extremo oposto: o café comandado por Isabela Raposeiras fica na Vila Madalena e se propõe a ser um laboratório para novos sabores e novas formas de extrair a bebida. Portanto, são dois lugares que representam muito mais do que o mero ato de ingerir cafeína. E foi para investigar o que mais está envolvido nesses dois lugares que Lucas de Vasconcelos Teixeira e Mônica Rebecca Ferrari Nunes escreveram o artigo “Café e cenas culturais na cidade de São Paulo: consumo, memória e ambiências comunicacionais “, publicado na revista Razón y Palabras.
 

Em cima, o Coffee Lab. Embaixo, o Café Girondino
Em cima, o Coffee Lab. Embaixo, o Café Girondino

Mônica é professora e pesquisa do PPGCOM-ESPM e já possui ampla produção sobre cenas culturais. Nesta pesquisa com Lucas Teixeira, o objetivo foi examinar a cena cultural criada a partir desses espaços de consumo que se convertem também em locais comunicacionais e de sociabilidade. Para tal, analisaram como o Café Girondino se organiza por estratégias comunicativas que possibilitam revisitar memórias e histórias do início da modernidade paulistana e como o Coffe Lab mobiliza estratégias de pedagogia do consumo para disseminar seus cafés especiais.
 
A pesquisa teve como base o método que Mônica utilizou com sucesso para investigar outras cenas: a flânerie de Peter McLaren. O trabalho foi complementado com pesquisa documental e historiográfica. Todo o corpus reunido foi então analisado à luz de autores da semiótica, da teoria da comunicação, do consumo e da memória como Canclini, Lótman e Gondar.
 
Entre os principais aprendizados da pesquisa está que o sentido e o valor ao que consumido e a esses ambientes ultrapassa aquilo que foi mercadologicamente planejado. Estratos de memória, história e consumo culminam em camadas de significação e vinculação afetiva que estão muito além do controle dessas marcas. Mas assim como no método da flânerie, apreciar o processo é muito mais interessante do que chegar a um destino (ou aprendizado). Veja o texto na íntegra aqui: http://www.revistarazonypalabra.org/index.php/ryp/article/view/712/726
 
O artigo faz parte do terceiro número da revista Razón y Palabra, intitulado “Prácticas Alimentarias desde una Perspectiva Sistémica Completa”.
 
Imagem do Memorial do Consumo feita a partir de:
https://www.thefork.com.br/restaurante/cafe-girondino/216413
e
https://vejasp.abril.com.br/estabelecimento/coffee-lab-fradique-coutinho/

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