Carrascoza: “para ser escritor é preciso ser inquieto”

carrascoza-02O professor e escritor João Anzanello Carrascoza, integrante do corpo docente do PPGCOM ESPM, foi um dos destaques da edição de junho da Revista Vida Simples, da Editora Abril. Em papo com a jornalista Ana Holanda, Carrascoza fala sobre como descobriu a escrita e sobre inspiração. Escritor desde os 12 anos, Carrascoza caminhou pela literatura infantil e já ganhou importantes prêmios, como o Jabuti e o Guimarães. Confira alguns trechos da entrevista:
O nascimento da escrita
“A vida se faz no dia a dia, não no cotidiano que pode opilar a vista, mas naquele que abre para o extraordinário. Existem tantas coisas preciosas ao seu redor que, às vezes, você acha que não tem nada. A literatura aconteceu na minha vida primeiro pela leitura do mundo, depois pela oralidade, ao ouvir as histórias contadas. Em seguida, quando aprendi a ler, vieram os livros. Contar para o outro é contar com aquilo que você tem dentro. Então você já conta diferente. Me encantava fazer isso. Eu não sabia, mas já estava escrevendo”.
A vida na publicidade
“Meu pai era vendedor de cereais. O agricultor tinha uma produção e não sabia para quem vender. Meu pai, então, ia até as pequenas fazendas e comprava essa produção para, em seguida, vender aos armazéns do interior. Eu gostava de vê-lo conversar. Ele era um homem muito talentoso com a palavra. E o interessante é que, quando ele chegava para vender, primeiro perguntava sobre aquela pessoa, sobre a família dela, trocava vivências e histórias. Era comum, por exemplo, ele se tornar amigo delas. Foi assim que nasceu em mim a vontade de trabalhar com algo que eu pudesse vender, mas que também contasse histórias. E, para mim, a publicidade representava isso: vender produtos por meio de histórias. Trabalhei em agências por muitos anos e, no paralelo, seguia escrevendo livros, sem pressa”.
De onde vem a escrita?
“A cada instante em que vivemos, o mundo nos dá um lastro de experiência que, se você souber transfigurar, tem história para a vida inteira. Não tem por que inventar. Tá ali no mundo. O texto nasce. Mas você precisa dar espaço para que ele nasça. Precisa de entrega. Você tem que acessar a sua área de sombra, puxar tudo que está lá no fundo. E você não conhece tudo o que tem no fundo. Tem gente que diz que escrever é soltar seus diabos; outros, que é se purificar deles. Para mim, quando você enfrenta temas muito fortes e pesados é como abrir uma porta e não saber o que haverá do outro lado. E um escritor não pode ter medo de enfrentar isso. A literatura é a invocação da dor”.
Clique AQUI e leia a entrevista na íntegra.
Crédito da foto: Renata Massetti

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