D’Andrea: “Consumo é geração de riqueza. De empregos. É troca de informações”

MarioA partir desta semana, o Memorial do Consumo publica uma série de entrevistas com personagens do meio publicitário nacional dentro da seção “Abordagens sobre Consumo”. Lá, teremos histórias, projeções e tendências na visão dos profissionais do mercado.
Para estrear a área, confira a entrevista com Mário D’Andrea, presidente e CCO da Dentsu Brasil. Redator por formação, D’Andrea já trabalhou em grandes agências como FCB, Loducca e Lowe, além de ter sido presidente da JWT Brasil – e ter inserido a agência entre as mais criativas do país. Por 11 anos, foi responsável pela comunicação do HSBC no Brasil e na América Latina. Tem grandes cases para marcas como Coca-Cola, Ford, J&J, Nestlé e outros. Em 2010, foi escolhido o Profissional de Criação do ano pelo Prêmio Caboré, do Meio&Mensagem. Atualmente, faz parte do comitê mundial criativo da rede Dentsu, onde representa a América Latina.
Memorial do Consumo: Quando você começou a se interessar por propaganda?
Mario D’Andrea: Por incrível que pareça, foi na faculdade. Minha intenção era jornalismo, mas na faculdade de comunicação entendi como funcionavam as entranhas da publicidade, que tipo de talento era necessário para essa atividade. E decidi mudar mudar de curso. E de profissão.
MC: Qual a sua memória sobre publicidade e consumo na infância?
D’Andrea: Com certeza, a TV e o rádio foram os grandes influencidadores e formadores de marcas que fizeram parte de minha infância. Jingles memoráveis, campanhas de longa duração, produtos que permaneciam anos a fio com discurso consistente junto à mim e minha família.
MC: Suas práticas de consumo ao longo da sua vida influenciam no seu trabalho?
D’Andrea: Sem dúvida, sim. Acho que o trabalho de todo publicitário começa pela observação do comportamento humano, seus sonhos, preocupações, desejos. Essa observação deve começar em casa, com sua família, amigos, gente que pensa na vida – e não pensa em publicidade 24 horas por dia, como nós.
MC: O trabalho influencia suas práticas de consumo?
D’Andrea: Muito pouco. A não ser quando você tem acesso a dados e informações específicas de algum produto – aí sim você passa a vê-lo com outros olhos. Carro, por exemplo, é um produto que ao conhecer em detalhes, pode convencer você e sua família de forma mais convincente.  Mas me lembro de poucos casos.
MC: Como você se vê influenciando o consumo de uma família?
D’Andrea: Acho um trabalho de enorme responsabilidade, que merece o maior cuidado possível. Por isso, o conhecimento as dados e costumes da vida do consumidor são fundamentais. Mas, até por isso, acho que o comportamento das famílias tem muito mais poder de influenciar o meu trabalho do que ao contrário.
MC: O que o consumo representa para você?
D’Andrea: Consumo é geração de riqueza. De empregos.  É troca de informações. Sem consumo, não há crescimento – não só da economia, mas melhoria de condições de vida. Ter acesso a novas informações, novos serviços, novos produtos – é isso que dá a chance a todo ser humano de ser melhor e oferecer uma vida melhor à sua família. Claro: é preciso haver regras, é preciso incentivar o conhecimento e o crescimento pessoal. Mas até para isso é preciso que uma sociedade tenha sólidas bases econômicas –  e isso sempre passa pelo consumo. Não conheço nenhuma sociedade que tenha dado certo reprimindo ou restringindo o consumo.

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