O consumo de experiências de viagem

Das histórias de Marco Polo, passando pelo turismo de massa até os das atuais, o homem parece cultivar um fascínio pela possibilidade de conhecer territórios distintos e se valer das múltiplas experiências associadas aos deslocamentos.
Com esse pressuposto, Thais Costa da Silva, Doutoranda em Comunicação Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, analisa a valorização do consumo de experiências de viagem e de um estilo de vida viajante na contemporaneidade, lançando olhar aos  imaginários e esteriótipos associados.
Com a solidificação do modelo pós-fordista contemporâneo, irrompe a figura de um viajante, um consumidor que buscaria modos de consumo diferentes do turista de massa. A padronização também já não é mais tão valorizada, o que se privilegia é a personalização. O compartilhamento de serviços e produtos torna-se prática mais comum e até desejável. A busca pelo que seria autêntico e exótico perpassa novas práticas, lugares e períodos históricos, com novos ideais construídos e solidificados pelos viajantes.
“A valorização do ethos de viajante tem sido evidente. Sublinha-se um fetichismo da viagem-mercadoria e, mais intensamente, a construção de um sujeito viajante imbricado na lógica capitalista da cultura do consumo e do espetáculo”, afirma Thais.

Tal comportamento pode ser notado em diversos discursos reproduzidos nas redes sociais por jornalistas, empresas e pela audiência “prosumidora” (tanto produtora quanto consumidora dessas informações). Seja por meio de fotografias, textos ou vídeos, a experiência é colocada nesses discursos como algo que proporcionaria mais qualidade de vida que a aquisição de produtos. Usando os termos de Débord (2003), são representações de um real espetacularizado.

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Nesses discursos, o termo consumo tem sido curiosamente evitado, negligenciando-se o fato de que diversas experiências de viagem são também consumidas.  Assim a mercadoria experiência, diretamente atrelada ao mercado de turismo e viagens, estaria passando por um processo de fetichização, vinculando-se à identificação com um estilo de vida viajante e as marcas que os comercializam.

Se você se interessou por essa temática,  leia na íntegra o artigo que deu origem a esse post.
Para entrar em contato com a pesquisadora, envie uma mensagem para: [email protected]

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