Uma casa portuguesa, com certeza

Sabe essa propriedade, quase mágica, que a música tem de nos transportar para outro tempo e para outro espaço?  Agora imagine alguém que está a um oceano de distância de casa, a ouvir o fado – uma música que canta a saudade…
Fado é Saudade!  
A professora Mônica Nunes, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Consumo da ESPM (PPGCOM) mergulhou no mundo das rádios portuguesas de São Paulo, conversou com ouvintes e descobriu como a memória das terras lusas perpassa pelo consumo de música portuguesa, ou simplesmente, pelo prazer e conforto de ouvir um sotaque patrício a sair do radinho.
Mostrando que (e como) o fado atua como marcador da memória do imigrante português, o artigo Rádio e fado: biografias de sons e lembranças apresenta parte dos resultados da pesquisa Rádio e Memória, desenvolvida como parte da pesquisa coletiva Trago o Fado nos Sentidos.
Com base na teoria semiótica, na primeira parte da pesquisa, foram analisadas as letras musicais frequentemente selecionadas pelo programa radiofônico santista, Presença Portuguesa (que esteve no ar até 2011) e na Rádio Universal AM, reconhecendo os códigos que participam da construção da memória cultural, de natureza simbólica, acionada e reinventada pelos ouvintes.
Os temas da viagem, do mar e das cidades portuguesas perpassam a maioria das canções e, por sua vez, também se comportam como códigos da memória. Os tempos rítmicos do mar e letras que recontam as características de Lisboa, por exemplo, constroem a paisagem e a memória sonora mobilizadas pela performance dos intérpretes mais pedidos e da locução dos radialistas.
A segunda fase da pesquisa – detalhada nesse artigo – reconstrói a história da imigração portuguesa para São Paulo e a relaciona ao mapeamento dos primeiros programas radiofônicos paulistas, cuja grade de programação trazia fado, ranchos folclóricos e notícias voltadas à comunidade lusitana. Nessa fase, foram analisados os programas portugueses no ar, na capital paulista.
A leitura é enriquecida pela história de uma ouvinte, que elucida a compreensão do consumo midiático, simbólico e afetivo do fado.
Para conferir esse artigo, na íntegra, clique aqui.
 

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