Consumo de ética no discurso da reputação

Sheila Magri é jornalista e consultora de Comunicação e Storytelling para empresas e pessoas. Desde 2014 está à frente da Macob Communications; em sua trajetória profissional já treinou mais de três mil porta-vozes e passou por diversas agências multinacionais de “PR” (Relações Públicas) e foi responsável por coordenar o trabalho de comunicação global, atuando em 20 países.

Como aluna do mestrado da PPGCOM ESPM-SP e bolsista da CAPES PROSUP, Magri se propôs a investigar a fundo um de seus focos de trabalho: a questão da reputação. Mais especificamente, o consumo da ética desses discursos na sua relação entre empresas, mercado, profissionais e sociedade.

“Analisando o contexto da reputação de marcas e pessoas, percebemos que o senso comum e o mercado consomem sentidos de ética enquanto norma, conduta, códigos e manuais e diferencial competitivo”, explica a pesquisadora, que vem conduzindo seu estudo sob orientação do Prof. Dr. Luiz Peres-Neto.

Ética x reputação

“Também notamos que a ética se tornou uma palavra de ordem, e é usada de modo leviano. Notamos que o discurso ético de pessoas e empresas, muitas vezes não coincidem com as suas ações efetivas, embora tenham a aparência de corretas. Isso acontece por causa do sentido trocado e que é atribuído à palavra”, esclarece a participante do Grupo de Pesquisa de Ética, Comunicação e Consumo (GPECC).

Foto: Hunters Race
Foto: Hunters Race

Transição do mercado para a academia

 “Discursos são produzidos, circulam, são consumidos e reproduzidos. Transformam-se em verdades, afetam e são afetados por pessoas. Essas verdades produzidas e reproduzidas em relações e práticas sociais vão se modificando pelas lutas de poder e pelos conflitos sociais. Essas dinâmicas que perpassam a comunicação e as práticas de consumo quando, estudadas por nós, pesquisadores, se transformam em objeto científico. A pesquisa é uma busca treinada, mas é encontro com o inesperado. Ela trará um achado, conseguido por um trabalho sério de investigação, que é somado ao olhar do pesquisador ou pesquisadora”, conta Sheila Magri sobre seu fazer acadêmico.

“A experiência de fazer pesquisa científica em comunicação e consumo é para mim um ato libertador. Tem sido extremamente gratificante poder, por meio de metodologias e teorias, analisar criticamente situações que, antes de um processo de pesquisa, pareciam naturais”, finaliza, sob um viés que já não é mais do profissional, mas do pesquisador que observa e questiona, e assim, avança o campo científico.

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