Aimée Vega Montiel, da UNAM, fala sobre sua pesquisa

Aimée Vega Montiel é mestra e doutora em Periodismo y Comunicación pela Universidad Autónoma de Barcelona, mestra em Ciencias de la Comunicación pela Universidad Nacional Autónoma de México, integrante da Red de Investigadoras por la Vida y la Libertad de las Mujeres, da além de ter sido presidenta da Asociación Mexicana de Investigadores de la Comunicación.

Ela esteve presente no Comunicon 2018, na Conferência Magna, que ocorreu no dia 9/10. Na ocasião, Aimée cedeu a seguinte entrevista ao Memorial do Consumo:

 

Memorial do Consumo: Você poderia falar um pouco sobre a sua pesquisa?

Aimée Vega Montiel: Eu faço investigação feminista em meios de comunicação e novas tecnologias. O objetivo do meu trabalho é, por um lado, contribuir para o desenvolvimento do meu campo de conhecimento, mas é, sobretudo, focar nas condições de vida das mulheres e das meninas. Então posso dizer que a investigação feminista se caracteriza por essa vertente dupla, que é acadêmica e também política.

Memorial do Consumo: Você pode falar mais sobre a importância da sua pesquisa para a sociedade como um todo?

Aimée Vega Montiel: Penso que a investigação é o recurso das universidades mais importante para dar visibilidade a problemas que estão invisíveis na sociedade. Um deles é a violência contra as mulheres. Outro muito importante é entender o valor político que tem a investigação quantitativa, porque estamos com as agência das Nações Unidas, por exemplo, e queremos mostrar as dimensões de um problema, se eu os conto o que as mulheres me dizem nas entrevistas eles vão pensar “interessante”, e nada mais. Mas se apresentamos dados derivados de investigação quantitativa não haverá duvidas das dimensões de um problema. Penso isto: é importante aprender a falar na linguagem do poder e uma forma é a investigação quantitativa.

Memorial do Consumo: E como tem sido a sua experiência com a pesquisa?

Aimée Vega Montel: Eu entendo a investigação como um processo holístico, então tenho feito investigação sobre gênero e comunicação em várias dimensões, para entender o caráter estrutural da desigualdade de gênero em meios de comunicação, nas telecomunicações, nas novas tecnologias… Então na primeira fase é o diagnóstico sobre a representação da violência contra as mulheres e meninas nos conteúdos dos meios de comunicação e da internet. A segunda fase é o estudo com as audiências para identificar essas conexões entre os discursos dos meios e as representações sociais da violência contra as mulheres e as meninas. Na terceira fase fiz um estudo sobre a estrutura dos meios desde a economia política feminista, para identificar onde, quantas e quem são as mulheres esta estrutura dos meios de comunicação, seus salários, direitos laborais, etc.. E, em uma fase seguinte, fiz entrevistas com mulheres que chegaram a postos de tomada de decisão nos meios de comunicação e novas tecnologias, para identificar com o poder, os obstáculos que elas enfrentam, etc.. E finalmente fiz uma análise sobre as políticas de gênero e comunicação, que, inclusive, são muito poucas. As que eu encontrei são dos próprios meios ou dos sindicatos. Todas essas fases me permitiram identificar um mapa muito completo que me permite afirmar hoje que a desigualdade de gênero é estrutural no setor das comunicações e novas tecnologias.

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