Isso é arte! (?)

Photo via Visual Hunt
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Em meios às últimas polêmicas envolvendo exposições de arte, muita gente questionou o que se pode considerar arte ou não. Um dos alunos programa de pós-graduação em comunicação e consumo da ESPM refletiu sobre a questão arte moderna e contemporânea através da dissertação Comunicação Publicitária e Consumo de Arte Contemporânea. Nela, Marcio Casarotti partiu de peças de divulgação da Bienal de Arte de São Paulo para compreender como se atrai e como se (in)forma o público desse setor. A pergunta inicial do estudou levou a outras complementares: são utilizadas prerrogativas e formatos particularmente especializadas para essa comunicação? Em que se  exigências e regimes discursivos se fundamentariam ? Os discursos de comunicação e comunicação publicitária da arte contemporânea teriam relações de similaridade ou singularidade com os utilizados para a comunicação dos produtos e serviços em geral?
 
Uma primeira distinção a ser considerada é que no caso da arte, a compra do produto em si é bem pequeno. Portanto, trata-se de um mercado que se movimenta muito a partir do entorno da obra, do seu produto principal. Ingressos para exposições, camisetas, canecas, adesivos e reproduções da obra, esses objetos acabam sendo o que a maior parte das pessoas vai de fato consumir.  O consumo desses periféricos, no entanto, também dependem de uma educação do público por parte do mercado. Umas das descobertas interessantes dessa pesquisa é o ciclo de fruição do “produto” arte se inverte em relação a maioria das mercadorias. Isto significa que enquanto a maior parte do produto tem o seu ápice de encanto no momento da compra, encanto esse que começa a se dissipar assim que o produto chega na casa do consumidor, a obra de arte vai ser fruída com mais intensidade após a compra.
 
Entre outras observações, a pesquisa mostrou que a comunicação publicitária dessas iniciativas expositivas ligadas à arte, especificamente se pautava por certas referências estéticas e narrativas. Entre artistas e suas obras, o discurso publicitário, desde as décadas do início do século passado, vêm mostrando que estão referenciadas em três ou quatro relevantes escolas de design. Produzem e reproduzem estratégias estéticas e textuais monotónicas, até mesmo contraditórias com o “produto” tão pleno de liberdades que apregoam:  a arte contemporânea. Mais do que isso, na maioria das vezes produzem um discurso “exclusivo”. E, como é mais afeito aos integrantes daquele campo, elegante e referenciado , mas também “excludente”, pois nao expande a comunicação a um público ainda maior do que aquele de mais pertencimento.
 
Essas peças de comunicação desempenham um papel fundamental na formação cultural sobre arte de todos nós. Portanto, estudá-las em profundidade é entender como o nosso olhar foi/está sendo formado. Além disso, uma reflexão estruturada sobre essas produções é chave para produzirmos e para consumirmos essa comunicação de uma maneira mais apurada. Assim, potencializar ainda mais as experiências e tantas frentes positivas que a comunicação da arte e da cultura podem gerar.
Você pode ler essa dissertação na íntegra em: http://www2.espm.br/sites/default/files/pagina/marcio_casarotti.pdf

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